segunda-feira, setembro 22, 2003

Bolachas contra a Depressão...

Pois é, lá se realizou novamente o Dia Europeu sem Carros, mais conhecido por terras lusas como "O Dia Europeu sem Carros que não sejam Portugueses". Aqui na terra dos Ovos Moles, a populaça ainda aderiu à iniciativa, o que quer dizer que milhares de funcionários públicos (e não só) lá se resignaram a andar quilómetros (!) a pé para evitar o legítimo desconforto que é andar de transportes públicos. "Isso é para os pobres", diria a srª auxiliar de educação enquanto me servia o almoço escolar... É claro que esta iniciativa teve consequências: notou-se um acréscimo no atraso para o emprego, no mínimo 20 minutos, dizem uns tipos a quem dei 1€ para me dizerem isto (eles também têm que ganhar a vida, não é?). Isto acrescido ao atraso nacional regulamentar de 2:30 h, claro está. Mas em Lisboa é que a porca torceu o rabo, como diria aqui o Ti Jaquim que mora ao lado da Ti Rosinda. Já estou mesmo a ver: os árduos trabalhadores que labutam incessantemente todo o santo dia, aí para as bandas da Assembleia da República, não devem ter gostado muito da ideia de terem que deixar o seu carro estupidamente luxuoso na garagem do seu condomínio privado, e portanto decidiram ficar-se por oferecer simplesmente os bilhetes para os transportes públicos (Mas só hoje, que a vida está cara e a tanga prestes a cair). Daqui concluímos que ficou tudo na mesma, e que durante todo o dia se verificou na capital o habitual volume de tráfego. O melhor mesmo é comermos umas bolachas para esquecer isto, não concordam? Pois são vocês e os outros 10 Milhões de descendentes lusos. É que agora vivem-se os dias finais do Verão, e segundo o estudo de uma qualquer TeleVisão Independente (vá lá, só não percebe quem não quer) esta é a altura em que as depressões tendem a atacar o comum cidadão. E qual é o melhor remédio para a depressão? Vá, você sabe. Sim, isso está certo! Mais uma vez o expedito e perspicaz leitor acerta na questão colocada! Comer! E com comer digo enfardar, no bom sentido claro. Agora digam-me lá todos: foi para se vingarem com tal brutalidade nos acepipes tipicamente Portugueses (e Espanhóis, Americanos, etc.) que andaram o Verão todo a dieta de cápsulas e água? Bem me pareceu. Verdade seja dita, que aqui ninguém é mentiroso, o fim das férias e o começo do trabalho (e das aulas, ah pois é!) é capaz de dar a volta a qualquer estômago. Eu próprio estive toda a noite correspondente ao dia de início das aulas doente, de cama. As convulsões febris que me atormentavam só paravam quando alguma boa alma voltava a pôr no vídeo a cassete com gravações das Marés-Vivas ou das férias de Verão findadas. Agora que falo nisso, já me começo a sentir mal... Despeço-me assim meus amigos Monstros, enquanto corro desesperadamente para a cozinha à procura de restos do jantar, e enquanto desfolho freneticamente a agenda à procura do número do psiquiatra... Isto da depressão... Até à próxima meus amigos, e comam muitas bolachas!