sexta-feira, setembro 26, 2003

Bolachas Voadoras

Mais uns dias, mais umas bolachas, mais umas pérolas noticiosas… Depois da vaga de fogos estar finalmente a esmorecer, os corpos voluntários de bombeiros não perdem tempo e voltam ao trabalho árduo! Pois é, as reservas para andar no helicóptero do corpo de bombeiros de Lamego voltaram a estar abertas… e cheias. A nação portuguesa está escarlate de orgulho por ver o seu dinheiro dos impostos a ser gasto numa coisa tão importante como o desenvolvimento do turismo de Lamego! Por um preço que a minha mente desatenta, mais concentrada no jantar e naquela jovem que veio comigo no autocarro da tarde, não conseguiu descortinar, o candidato a turista pode obter uma visita aérea privilegiada da cidade de Lamego e arredores num helicóptero de combate a incêndios último modelo (Sempre temos a vantagem de encharcar o nosso némesis de bairro com meia tonelada de água poluída ali do rio!). Agora um gajo liga para os bombeiros e já só ouve:

- Se está preso num inferno de chamas, dirija-se ao extintor mais próximo. Para reservas no helicóptero, marque 1. Tenha um bom dia!

Noutras notícias, mais uma vez a TeleVisão Independente voltou a não nos surpreender ao lançar outra notícia de qualidade jornalística muito duvidosa no ar (Até parece que implico com esta estação não é? Só eles é que dão porcaria…): Uma entrevista exclusiva com, como o pessoal aí por esses lados o apelida, o Eremita da Arrábida! Para os que não sabem o que é um eremita, “vão ver ao dicionário e tragam para a próxima aula!”, diria a minha ilustre professora de Introdução à Filosofia, que até foi responsável por o vosso estimado repórter MB conhecer esta famigerada personagem. Mas eu explico: um eremita é uma pessoa que opta por se afastar do resto da sociedade, vivendo sozinho, sem amigos nem família… Muito parecido com o débil leitor, não acha? Alguns argumentam que têm o PC como amigo… Mas adiante. Esta personagem Arrabidesca preencheu o seu tempo de antena com estórias interessantes para a sociedade em geral: a dos caracóis é um bom exemplo. Este Sr. do qual não me recordo do nome tinha num balde sete caracóis. Mas caracóis caracóis. Nada parecido àquilo que lhe servem aí na tasca da esquina carinhosamente chamada “O Pinto” (Pessoal da Amora sabe do que é que eu falo). Não, estes belos espécimes eram até adequados para competir nas Olimpíadas Para Caracóis, Lesmas e Todos os Outros que Rastejam e Têm Ranho (OPCLTORTR). Onde está o facto que dá relevo à estória, pergunta o erudito leitor? Cá vai. Eram sete, agora são seis. Um fugiu. Ora, vamos lá analisar esta situação. Ou se é um vadio e nunca se está em casa, de forma a facilitar a margem de manobra do veloz animal, ou então é-se muito preguiçoso para o tentar apanhar. Considerando que o sujeito em causa vive no MEIO DO NADA, sinto-me inclinado para a última opção. Outra estória estonteante é uma em que se vê este personagem quase cartoonesco tapar um formigueiro e dizer com tom (tom??? Obrigado Maria Ofélia!) vitorioso: “Assim as gajas já não entram!” Ora, meus amigos, isto denota uma total falta de vida própria, que ultrapassa mesmo os limites estabelecidos por Teresa Guilherme. Este era o tipo de coisas que fazíamos aos 5 anos, quando não tínhamos vida social, que é o que não deve andar muito longe do caso deste sujeito. Bem, ao menos não chateia ninguém, ao contrário de muito boa gente (ou, pensando melhor, má gente). Só é pena não ter um computador com ligação Internet para poder comer estas bolachas deliciosas, como o confortável leitor no íntimo do seu lar aquecido pelo amor, e um sistema de aquecimento central, claro está. Até à próxima, meus amigos Monstros!