domingo, dezembro 14, 2003

Bolachas desiludidas

Olá outra vez, caros companheiros bolacheiros (ou companheiras, que isto com bolachas nunca se sabe...)! Mais uma vez chega um post atrasado, mas que é que se há-de fazer, o fim-de-semana foi o regabofe do costume! Mas vamos ao que interessa, que não tem nada a ver com a Filha Natal em trajes menores (a verdade é que a idade já se começa a notar na Senhora Natal). Não, trata-se simplesmente do que para mim foi uma desilusão tão grande quanto aquela vez em que me disseram que não podia ir pedir uma prenda à tal Filha Natal… refiro-me à segunda inauguração do estádio aqui da zona, desta feita a cargo do clube local, o Beira-Mar. O presidente do referido clube apareceu, semanas antes da festa, em todos os jornais a prometer uma festa com toda a pompa e circunstância e até mesmo um reforço que segundo ele seria “um jogador muito conhecido na Europa, uma bomba futebolística” (Para quem não reparou nesta corrida à popularidade, comecem a ler “A Bola” e deixem-se dessas paneleirices de guerra no Iraque e cheias lá no cu de Judas). Todo entusiasmado, lá fui eu a correr para o que cedo se tornaria num inferno gelado. (Esta do Inferno é uma boa deixa para confrontar todas aquelas raparigas que gostam de nos dizer coisas como: “Contigo? Nem que o inferno congelasse!”) Depois de mais de uma hora de tortura sonora composta por quase 30 músicas de George Michael tocadas ininterruptamente e de quase mais uma hora a ouvir a Marisa Cruz e o Pedro Miguel Ramos trocar gracejos quase tão secos como o Alentejo em meados de Agosto, lá chegou o grande momento: a apresentação da equipa e do tão esperado reforço. Depois de entrarem todos os já conhecidos jogadores, abrilhantados por comentários por parte da loura de serviço como “olha tão pequenino!”, chegou o grande momento. O estádio sustinha a respiração. Eis então que é pronunciado o nome da “bomba do futebol”: E aqui está o “Manã”!!! Hã?? Quem é esse? Eis então que vislumbro um marmanjo vestido num fato de pássaro, a cantar e a dançar. Ainda pensei: Ok, está tudo bem, fugiu do Hospital Psiquiátrico. Mas o maluco era eu. Foi assim apresentado o reforço para a segunda volta do campeonato, a nova mascote do clube: o Manã. Escusado será referir a tragicomédia da situação. Só tenho a dizer: “Vão-se f**er!! Está um gajo aqui 3 horas sentado num estádio com uma temperatura abaixo de 5ºC para ver esta merda??” A noite foi de seguida comemorada com um jogo de futebol para esquecer e a actuação do quase divino Roberto Leal. Quando este verdadeiro deus musical entrou o coração das velhotas da igreja e das freiras bateu concerteza mais forte. Gostava de dizer que a noite não foi uma desgraça total, pois lá se salvou a actuação de 10 minutos do Fernando Rocha, que apesar de ter contado umas piadas já bem conhecidas ainda conseguiu ser melhor que o resto tudo junto. Mas enfim… adiante.
Noutras notícias, parece que Saddam Hussein foi finalmente capturado. O meu heterónimo com a mania da conspiração apressou-se a dizer que tudo isto seria mais um golpe dos Americanos para amenizar a descrença do grande público em relação à guerra. Mas cedo veio à tona do meu ser toda a verdade. Cansado de procurar, Bush lá telefonou ao Saddam. Transcrevo parte da conversa:

(Saddam) – Tou?
(Bush) – Atão Saddam, tudo bem? Como vão as mulheres e os filhos?
(S) – Tudo bem aqui no bunker pá e por ai? Tudo bem?
(B) – Mais ou menos, mais ou menos…
(S) – Então? Não me digas que apanhaste outra vez o teu jardineiro a comer o que não devia?
(B) – Não pá, desse eu já tratei. O público é que já anda a ficar farto de eu nunca mais te apanhar…
(S) – Isso quer dizer que eu ganhei a aposta?
(B) – Parece que sim, fica lá com o bilhete para ires ver o Benfica…
(S) – Eu disse-te logo que ia ganhar! Andavas para aí a dizer que o teu exército isto, o teu exército aquilo… nada que um bom escudo humano não resolva!
(B) – Pronto, o que é que se há-de fazer… olha então amanhã agarra nas mulheres e nos putos e vem cá jantar, ok?
(S) – Ok, tá combinado, que é que queres que leve para a sobremesa?
(B) – Já somos amigos à muito tempo, portanto eu confio no teu bom gosto!
-click- TMN: O seu saldo não lhe permite a continuação desta chamada. Por favor dirija-se ao Multibanco mais próximo e torne-nos 25 euros mais ricos. Obrigado.

E pronto, sem mais assunto (e sem ver a Filha Natal para lhe cobrar a tal prenda…) é assim que me despeço, meus amigos Monstros, enquanto vou preparar um copo de leite e biscoitos para quando a tal Filha Natal me cair pela chaminé abaixo! A ver vamos… até pr’á semana!