sábado, janeiro 17, 2004

O crime não compensa?!

No meu regresso, dou-me conta de que toda a população anda amedrontada! Pelos vistos, andam soltos pela margem sul, duas perigosíssimas pessoas que são procuradas pela polícia. Qual o meu espanto, quando dei conta de que se tratavam de um senhor de 85 anos e do seu neto de 5!
O velhote, de seu nome Zé Labrego, fugiu do lar “Morte Apressada”. Ele é um perigoso fugitivo, procurado por crimes como: assaltar a farmácia do barro (sobretudo os medicamentos Viagra, Gurosan, Allibut e é claro os fundamentais tubinhos de vaselina!); é também acusado de roubar as arrastadeiras e as canadianas dos outros velhinhos, além de possuir uma perigosíssima arma de destruição maciça, ao fundo das suas costas (dêem-lhe feijoada ou outros alimentos do género e cheirem para crer!).
O neto, de seu nome Joãozinho Danoninho, é um verdadeiro terrorista que se apoderou do corpo de uma tão jovem e inocente criancinha! Este fugiu do infantário “Ou te calas, ou levas já com a chibata”. É procurado por furtivos roubos no continente lá da terra, de action men, teletubbies, power rangers, fraldas dodot (“Com as fraldas Dodot no rabinho, ninguém fugirá com o seu cheirinho”), entre outros ameaçantes produtos!
Tudo isto já motivaria um grande cuidado na procura destes indivíduos, por parte da polícia. Contudo, estes fugitivos não se satisfizerem apenas com a sua fuga e decidiram fazer reféns duas pessoas: a mulher que tomava conta do velhote e a educadora de infância do puto! Apontado-lhes as perigosas armas de um biberão cheio de leitinho Mimosa, uma chupeta infectada com saliva sulfúrica e uma arrastadeira (que só por si, é coisinha para doer na tola) com o 1º chichizinho e cocózinho que Zé Labrego fez quando entrou para o lar, e nenhuma moçoila lhe veio limpar o rabiosque. Este acto terrorista foi feito reivindicando: melhores condições de vida, umas meninas “que nos dêem banho e brinquem connosco”, a diminuição das mensalidades dos lares e dos infantários, que as televisões dêem mais de 10 horas por dia de Goucha, Carlos Ribeiro e Batatinha, e que estes grandes mitos vivos tenham direito a umas estátuas erigidas mesmo ao lado do Marquês de Pombal.... ah já me esquecia, e como veículos de fuga, um renault 5 e um triciclo, bem como “muito dinheiro, epá sei lá, para aí 100 euros, ou mais....prontos uns 10 000, uns vales de desconto na Petit-Patapon, na Benetton, na mercearia da Gertrudes e na Funerária «Morte Aconchegada», além de termos de passar a trabalhar no Olá Portugal e no Batatoon”, segundo palavras que o cérebro do grupo, o Joãozinho Danoninho, proferiu!
Após várias horas de negociações, em que a malta da PJ aproveitou para entrar para o Guiness na categoria de mais tempo passado a jogar à bisca lambida; finalmente consegui-se chegar a acordo com os raptores. Todos os pedidos foram realizados, à excepção de um (talvez o mais difícil), que eram os vales de desconto na mercearia da Gertrudes. A malta da PJ bem se esforçou, mas o diacho da velha é teimosa que nem o catano e não houve nada para ninguém. Em compensação, foi-lhes oferecido um magnífico T0 aconchegante, catita, quentinho (principalmente no Verão), e com vizinhos muito importantes, situado ali para os lados do Parque Eduardo VII. Tinha era um inconveniente, os estores das janelas eram um pouco antiquados, imitando barras de ferro, o que é chato porque parecendo que não, ainda tira um bocadito da luminosidade!
Eles aceitaram, meteram-se nos seus veículos de fuga e era vê-los a fugir a velocidades estonteantes. No entanto, a fuga acabou cerca de 20 metros à frente e tudo graças ao esforço do agente Manel Coirato que teve de largar o mesmo, e partir numa corrida desenfreada atrás dos potentes veículos! Testemunhas no local garantem que “as velocidades eram estonteantes.... cerca de 5 km/h, mas 5km/h muito rápidos!” e “que era ver o shor agente da autoridade, com a sua bela barriguinha [ganha no esforço desumano de trabalhar o dia inteiro sentado, na secretaria da esquadra de Benfica] a correr desenfreadamente atrás dos veículos, ainda com pedaços de coirato nos cantos da boca”. Já o agente no final agradeceu os aplausos e disse “Foi bom! Cansei-me como ó catano e além disso fizeram-me deitar o coirato que estava tão bom para o lixo, juntamente com a mine! Só sei que alguém vai ter de se responsabilizar por isto!”.
Mainada, e até para a semana seus bolacheiros!!!